‘Não somos cota’: publicitários criam agências focadas em influencers negros

Representatividade, acolhimento e inclusão: os publicitários Tiago Trindade e Ricardo Silvestre não encontravam nada disso no mercado em que atuam. Por muito tempo, ambos se viram sozinhos, entre os poucos negros nas agências em que trabalhavam.
Enxergando esse vazio no mercado, os publicitários decidiram abrir as próprias agências de marketing de influência focadas em criadores de conteúdos negros e periféricos. A ideia é colocar esses influencers como personagens principais em trabalhos publicitários, não apenas como uma “cota”.
A Digital Favela, do Tiago, conecta influencers com grandes marcas. A Black Influence, agência de marketing do Ricardo, foca no desenvolvimento de negócios e oportunidades para os criadores.
“É muito importante ter uma agência assim, porque são pessoas pretas que entendem nossas dores enquanto criadores de conteúdos negros. Às vezes tem campanhas rolando e eles sabem cobrar, até mesmo precificar, ou brigar pela gente. Isso é muito válido”, explica o influencer carioca Wanderlan Nascimento.
Desafio de mudar as narrativas
A ideia da Digital Favela surgiu entre 2017 e 2018, mas somente em 2020 virou realidade. No início da pandemia, Tiago e outros sócios perceberam que os moradores das favelas eram os que mais iriam sofrer, e por isso decidiram lançar uma plataforma.