A morte do espantalho fascista

Talvez ainda seja cedo para decretar a morte da surrada retórica contra o fascismo imaginário, esse espantalho que pauta as eleições da última década nas democracias ocidentais. Mas é inegável que ela sofreu um de seus piores golpes com a nova eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos.

Afirmar que um político não é fascista não significa dizer que ele é bom. É possível ser ruim sem ser fascista. É possível até representar uma ameaça à democracia sem ser fascista.

O uso do rótulo exagerado facilita a comunicação dos perigos e a mobilização política, mas desgastou o termo, que foi progressivamente se esvaziando de sentido e se enfraquecendo. Diferente de 2016, Trump ganhou a eleição americana não apenas no colégio eleitoral, mas no voto popular, o que não ocorria há 20 anos para um candidato republicano.

Irônica e tragicamente, essa retórica inflamada em nome da democracia não faz nada bem à democracia.

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E o comunismo?

A acusação de fascismo convive com a acusação de comunismo em praticamente todo o mundo democrático ocidental, com a diferença de que não existem mais partidos declaradamente fascistas nesses país, enquanto persistem os comunistas, inclusive no Brasil.

Por Rodolfo Borges

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